Trabalhador
feliz
Me
sentei
no
banquinho
lá da
praça,
contemplei
o enorme
arranha-céu,
até ri,
quando
vi que
não
arranha,
mas o
povo na
sua
artimanha
esquecendo
a torre
de
babel,
colocou
esse
nome,
até sem
graça.
Mas,
ali,
meditando
me
lembrava
quantas
mãos
levantaram
grande
prédio;
pedra,
ferro,
argamassa,
ferramenta,
suor
quente
do rosto
complementa
essa
metamorfose
de
intermédio
que o
grande
gigante
levantava.
Hoje
olha-se,
vê-se
imponente,
vai-e-vem,
entre e
sai
todos os
dias,
paletó e
gravata
a
vestimenta
de um
povo que
hoje lhe
frequenta
ministrando
as suas
primazias;
se
conhece,
nem
lembra,
aquela
gente.
Porém,
lembro-me,
pude um
deles
ser,
duas
mãos
calejadas
entre
tantas,
sinto,
ainda,
nos
lábios o
salgado
do suor
que por
mim foi
derramado,
mas eu
posso
dizer
que,
como
plantas,
monumentos
enormes
fiz
crescer.
O
diploma
que na
parede
falta
eu o
tenho
nas
mãos,
são
esses
calos;
se não
ouço
chamar-me
de
doutor,
orgulhoso,
ouço
trabalhador;
numa
vida de
poucos
intervalos
ser
feliz
não é
ser de
classe
alta.
Carlos
Celso
CARCEL
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