Primeiro amor

 

 Minh’alma sofrida, louca de saudade

 Suspira, geme e lamenta

aquele amor perdido

pelas diabruras que o destino fez.

 

Lembro tudo, claramente:

Eu, nem mulher, nem criança,

uniforme azul de estudante,

no cabelo uma longa trança

que gostavas de puxar!

 

 Foste tu meu  amor primeiro,

o único, o verdadeiro!

Teu olhar negro e profundo

tirava-me desse mundo,

transportando-me ao céu

ao encontro da lua.

 

Bastava-me ver-te de longe

para perder a noção de tudo,

entregar-me a teu feitiço,

pisar em falso, perder o rumo.

 

Queria ser só e para sempre tua,

Mas o destino com suas tramas,

Intrometeu-se em meus sonhos,

Desfazendo minhas ilusões,

empurrou-me por  caminhos

bem diversos dos teus.

  

Tua presença que eu tanto queria

esvaiu-se no resvalar do tempo,

ficando comigo, somente

amarfanhadas lembranças,

do que foi nossa história,

que ainda trago guardadas

num recanto, bem lá no fundo

da bolsa da memória! 

 

 Antonia Nery Vanti (Vyrena)

 

 

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