O tempo
O tempo é um grande carrasco,
deixa marcas na gente.
A pele vai fenecendo
O cabelo encanecendo,
enfraquecem os olhos,
já não vemos do mesmo jeito
A memória é inconsequente
não nos deixa pensar direito.
As pernas ficam bambas
e as juntas se tornam dormentes.
As lembranças vão sumindo,
as rugas vão se alastrando,
o frescor da pele roubando.
Os lábios vão murchando,
o sorriso não é como o de antes
Vão caindo os dentes,
O remédio é dentadura
ou então o implante.
Essa é a tal de velhice,
para onde ele nos empurrou
contra nossa própria vontade.
Ele acaba com a gente por fora,
mas a alma não é tocada
Podemos ser velhos por fora
mas lá, bem no fundo,
a juventude ainda faz morada.
Antonia Nery Vanti (Vyrena)