Bons
tempos
Ah...
quanta
saudade
daqueles
bons
tempos,
que se
perderam
pelos
caminhos
por onde
a vida
passou!
Hoje,
pelas
frestas
do
pensamento,
escapam
lentamente,
trazendo
recordações.
Quisera
ver
outra
vez o
vento
forte,
balançando
os
galhos
da
mangueira
que, se
debruçava,
curiosa,
sobre a
janela
de meu
quarto
de
criança,
levando-me
a tremer
de medo,
imaginando
assombração!
Quisera
ouvir,
novamente,
o
barulho
da chuva
grossa,
batendo
forte na
vidraça
numa
monotonia
sem fim,
enquanto
eu,
admirada,
assistia
os
pingos
encherem
as poças
que se
formavam
no
jardim!
Quisera
poder,
ainda,
espreitar
pela
janela
de meu
quartinho
apertado,
a lua,
radiante
e bela,
no céu
cheinho
de
estrelas,
parecendo
um
lençol
bordado.
Quisera
andar
pelos
campos
ainda
úmidos
de
orvalho,
com os
pés
livres,descalços
como
tantas
vezes
andei,
sem
temor
pela
violência
que
hoje
ronda
nossos
passos,
sem
m'importar
com os
espinhos
que na
pele
espetei.
Quisera
voltar
no
tempo,
quisera
não ter
crescido,
ser
criança
eternamente
pra não
ver as
nuvens
negras,
da
ganância
e da
discórdia
que, no
coração
dos
homens,
crescem
vertiginosamente!
Antonia
Nery
Vanti (Vyrena)
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